Quando se lê Retroalimentações do Ego percebe-se que a poesia nela
contida não é mais de Elísio Miambo mas de todos nós. Vemo-nos falando e
ouvindo, atacando e contra-atacando e não podemos mais apenas cantar, dizer e
aplaudir. É que o ego não se cria sem um alter-ego (outro-eu) e os canais de
retroalimentação que o autor usa atravessam diferentes eus em interconexões
culturais, sociais, psicológicas, religiosas dando-nos não apenas o feedback de
um ego individual mas também do nosso ego colectivo. O autor escreve-nos com um
misto de linguagem corriqueira (sacanas), emprestada mas ora adoptada (street:),
da língua local (cocwana) e rebuscada como quem quer misturar-nos para
embarcarmos na mesma classe nesta viagem.